Neste relatório queremos ajudar você a traçar os melhores caminhos para o ano à frente e aproveitar oportunidades de investimentos, tanto as existentes como as que podem aparecer ao longo da caminhada.
Não é surpresa que vemos um ambiente macroeconômico mais desafiador para o Brasil em 2022. O time XP espera que o crescimento econômico desacelere consideravelmente, resultado do aperto nas condições monetárias que teve início em 2021.
A taxa de juros Selic, que começou 2021 em 2% ao ano, deve caminhar até 11,5% em 2022 e fechar o ano em 11%. O Banco Central brasileiro permanece um dos mais propensos a reforçar a alta de juros em nível global, em um esforço para controlar uma inflação alta e persistente.
Um dos principais tópicos de discussão para o Brasil nos próximos 5 anos será a trajetória fiscal, ou seja, as contas públicas. O Brasil deve decidir entre apertar a política fiscal no médio prazo e estabilizar a dinâmica da dívida ou correr o risco de retornar ao velho cenário macroeconômico: gastos altos, inflação pressionada e taxas de juros elevadas. Essa será a questão chave para monitorar durante o ciclo eleitoral.
Por falar em Eleições, o time XP entende que devemos esperar maior volatilidade, mas não necessariamente desempenho fraco para os ativos brasileiros.
Na visão dos analistas, temos um dos mercados mais fracos do mundo e uma das moedas de pior desempenho, apesar de o país ser um dos maiores beneficiários dos preços elevados das commodities. Com a postura mais firme do Banco Central em relação à inflação, é razoável esperar que o Real se estabilize.
Além disso, o mercado de ações brasileiro continua barato, independentemente do ponto de vista: Comparado ao histórico em relação aos Mercados emergentes e globais, em relação às taxas de juros e, até mesmo, analisando cada um dos setores da Bolsa, entre outros. Os maiores riscos são referentes às estimativas para os resultados de 2022, e não tanto nos preços das ações.
A XP atualizou a análise de cenário para o Ibovespa e entende como um valor justo de 123.000 pontos para o índice ao final de 2022. Por outro lado, as eleições e o cenário macro desafiador trazem volatilidade adicional no caminho até esse valor justo. A análise pessimista aponta para 98.000 pontos, enquanto a otimista traz 150.000 pontos, caso o cenário melhore consideravelmente. O nível atual, em torno de 100.000 pontos, indica que a relação entre risco e retorno é favorável.
Por fim, os investidores devem ficar atentos aos seguintes obstáculos globais ao longo de 2022: Novas cepas da Covid e possibilidade de novos fechamentos da economia, taxas de juros mais altas e incentivos fiscais e monetários mais suaves globalmente, levando a perspectivas de crescimento mais tímidas para mercados emergentes e a China, especialmente se a desaceleração econômica atual se prolongar além do esperado.
Comentários